segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Coisas Sobre o Dia de Ontem, Que Foi Aquilo das Eleições

Ontem foi dia de votações, como tal, fiz questão de exercer o meu direito e no final fiquei contente por a Bernardina continuar no programa. Também houve uma votação qualquer para um dos melhores empregos de Portugal e não, não estou a falar do emprego de gestor público, mas sim de Presidente da Republica. Nessas eleições não votei, porque são parvas e porque sempre que vou votar está uma bicha muito grande, não percebo por que, o presidente da minha junta de freguesia, continua a insistir em meter o Carlinhos nas mesas de voto, prosseguindo.

Desde de já várias ilações podem ser já tiradas, uma é que se a Marisa Matias tem contado a piada de que o Sporting só ganhou 2 campeonatos em 30 anos, arriscava-se a ficar em segundo lugar, a segunda é que a minha relação sexual não é diferente da campanha e resultado da Maria de Belém, isto é, também o faço sozinho, mas no fim consigo aquilo que quero. Por vezes penso que a Maria de Belém participou com o patrocínio do seu cabeleireiro como forma de Marketing e talvez essa seja a única razão que me faz entender a sua candidatura, caso contrário, é só parva.
Para além de Maria de Belém houve pelo menos mais três grandes derrotados. O Henrique Henrique (a única coisa que assimilei da sua campanha pseudo monárquica). Paulo Morais que é compulsivo a falar de corrupção e não consegue falar sobre mais nada que não seja corrupção, corrupção e às vezes, quando está bêbado, de gajas, que são corruptas. Por fim e talvez o grande derrotado da noite, o Partido Comunista, que em vez de optar por uma candidata engraçadita, optou por escolher um padre para representar o partido. É de facto estranho ver pela primeira vez, um padre a seduzir pessoas com mais de 18 anos. Mostrou claramente que essa não é 'a sua praia'.

Quanto aos grandes vencedores na noite, foram, incontestavelmente, aquele senhor que é muito bom a comentar coisas (à imagem de qualquer português), o Vitorino Silva, a Marisa e o Rui Vitória.
Marcelo Rebelo Sousa, o nosso presidente, veio mostrar a carência dos portugueses. Não, não precisamos de grande ideais políticos, ou alternativas ao sistema que criticamos todos os dias com os senhores do café, precisamos sim de atenção e de uma quanta parte de fofalhice. Sendo assim, ganhou o candidato mais fofo, que nos falou durante tantos anos e tanta atenção nos deu, ganhou aquele senhor fofo que nas ruas ia dando atenção a todos. Fez de conta que não era de direita e tornou-se ainda mais fofo. Marcelo teve a inteligência de criar um personagem cerebral ao perceber que o que os portugueses mais precisam é de um bom colinho.
A Marisa Matias é uma candidata com algo estranho, que não se trata apenas de ter um pipi, mas também do apoio de António Costa, apoio esse que se mostrou ser bilateral. Como mulher que é, soube ser perspicaz, falhou em não ter a ousadia de usar um bom decote, mas deu uso ao seu pipi em relação ao saber o que criticar.
O Vitorino Silva, ou Tino de Rans foi visto como o 'maluquinho' destas presidenciais, no entanto era o único que no currículo tinha uma passagem por um reality show. Apesar de tudo, foi distinto nas suas ideias, que de certa forma, iam contra ridicularidades da constituição e com uma proposta concreta para acabar com o império e monopólio dos Chupa Pilas que desde de novos se juntam a um grupo de chupa pilas mais velhos que passaram a ser engraxadores de sapatos e que na sua maioria, nem sabem bem o que é trabalhar ou ter uma ideia própria e acabam em ministérios e coisas assim que não importam para nada. Foi o único que mostrou que a política também pode ser para pessoas que trabalharam a sério na sua vida, mas ainda assim, acabou como sendo o candidato ridículo. A conclusão que se retira é que enquanto a melhor oposição aos partidos for a de Tino de Rans, estes podem continuar a dormir em paz.

O texto já vai longo e não tenho disposição para falar do Sampaio da Nóvoa. Não foi a melhor oposição à imperialidade de Marcelo e fundamentou a sua campanha apenas e só em fazer criticas a opiniões do adversário, a medidas do psd, basicamente a tudo e a nada, esqueceu-se foi de dar aos portugueses, uma razão para votarem nele. Portanto dada a força que o PS lhe sustenta, foi o candidato com a pior campanha.
Por fim, uma das principais coisas a reter é que o Sócrates ficou em casa a comer pizza enquanto via a fox crime, porque isso da politica, só daqui a 10 anos.

Do vosso sempre ressequido e critico amigo, 
Liliano Caneças

domingo, 24 de janeiro de 2016

Não foi tão mau como pareceu...

Realizaram-se ontem as eleições presidenciais em Portugal.

Tal como previsto desde o primeiro dia de campanha Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito e será o novo Presidente. Tal como era mais ou menos previsível ganhou à primeira volta. Sobraram no entanto quase até final dúvidas quanto à realização ou não de uma segunda volta. Ouvi diversas vezes que a campanha foi péssima e desinteressou as pessoas. A avaliar pela abstenção, é verdade. Mas ainda assim atrevo-me a discordar.

Gostei muito de acompanhar esta campanha e como tal, sinto-me na obrigação de agradecer a todos os candidatos. Até à Maria de Belém, ao Jorge Sequeira e ao Cândido Ferreira, os três dos dez candidatos que não me caíram no goto.

Começo pelo fim. Apesar de faltarem contar os resultados de alguns consulados o último classificado terá sido Cândido Ferreira. O momento chave desta campanha foi a forma como protestou pela falta de tempo de antena. Marcou a campanha. Mas provavelmente perdeu o momento para mostrar o que tinha para dar. Numa eleição com 10 candidatos isso paga-se demasiado caro. No entanto se essa atitude não foi apenas "ruído" e sim uma atitude convicta, então provavelmente saiu desta campanha de consciência tranquila mesmo com o resultado negativo nas urnas.

Jorge Sequeira foi o candidato polémico destas eleições. O que numa eleição com o "Tino de Rans", o abandono do debate pelo Cândido Ferreira e as guerras entre o triângulo Marcelo, Nóvoa, Belém mostra que o que fez Jorge Sequeira fez bem. Fica no entanto fez o ruído no sentido de perda de votos. A partir de hoje as pessoas reconhecem-no. E sempre fiquei com a ideia que o que ele realmente queria era lançar uma carreira que não a de Presidente da República Portuguesa.

Henrique Neto é o senhor que se segue. Consegue uma percentagem de votos aos outros dois candidatos já referidos. Primou pela descrição, tanto que apenas nos últimos dias formei uma opinião sobre ele. Positiva, mas não o suficiente para me convencer. Penso no entanto que fez um tipo de campanha que pode ser exemplo futuro para muita gente que lhe possa dar um bocadinho mais de visão em termos de "marketing".

Paulo de Morais foi uma desilusão que não o foi. Era um candidato com relativo potencial. Mas ao mesmo tempo alguém de quem não se esperava um resultado de destaque. Acaba por ficar atrás do "Tino de Rans" o que certamente não é do seu agrado. Fez uma campanha com uma forte na aposta na luta contra a corrupção que me agradou. Concordo no entanto com Francisco Louçã quando diz que a Paulo de Morais falta denunciar publicamente o que sabe. Ficou sempre no ar essa ideia de "sei mas não digo" que o pode ter prejudicado.

Vitorino Silva, ou "Tino de Rans" foi uma das surpresas pela positiva. Acaba por ficar mais perto de Maria de Belém e Edgar Silva candidatos partidários do que de Paulo de Morais. A mim convenceu-me. Deixamos de precisar de pessoas que sabem tudo para nos representar. Precisamos de pessoas com sensibilidade para os problemas do país e que tenham a humildade de aprender e apreender o que lhes falta. A chamada para Marcelo em directo é deliciosa e mostra porque este homem simples cativou os portugueses.

Edgar Silva perdeu. Mas tem alguns resultados localizados estrondosos que até acabam por ser o que lhe permite ficar à frente de Vitorino Silva. Faltou a união característica dos militantes do PC. Não me parece que por falta de carácter ou competência de Edgar Silva embora não fosse claramente uma figura carismática nem uma "menina bonita".

Maria de Belém foi para mim a grande derrotada de toda esta eleição. Desde o lançamento da candidatura ao dia da votação passando pela campanha. Perdeu em praticamente todos os aspectos que podia ter perdido e até em alguns que podia ter ganho. Derrota estrondosa da política da velha guarda da qual todos os outros candidatos fugiram (incluindo Marcelo, Nóvoa e Edgar Silva). Mereceu o resultado que teve, ou até um pior.

Marisa Matias é uma das grandes vencedoras do dia. Mas eu não acho. O Bloco de Esquerda tem um potencial de crescimento enorme. Mas teima em continuar crescer devagarinho. Se calhar é para o bem. E daí a felicidade com estes pequenos sucessos. Fica no entanto a ideia que tanto Marisa Matias como o Bloco estão a construir algo muito maior e que parece ter vindo para ficar.

Sampaio da Nóvoa fez na minha opinião a melhor campanha de todas. De trás para a frente ganhou consistência como segundo nome mais forte e chegou a fazer duvidar a eleição de Marcelo à primeira. Pouco ou nada conhecia dele antes da campanha. Fiquei convencido e gostaria de o continuar a exercer a cidadania da forma activa que fez nos últimos meses. Portugal tem a ganhar.

Marcelo foi Marcelo. Nem sim nem não. Nem quente nem frio. Nem preto nem branco. Marcelo tornou-se um moderador. Foi-o enquanto líder da oposição. Foi-o enquanto comentador de TV. E encaminha-se para o ser enquanto Presidente da República. Hesito em decidir se essa me parece a melhor opção por agora. Mas parece-me uma opção coerente. Não recebeu o meu voto, mas é a partir de hoje o meu Presidente.

Duas notas finais.

Finalmente o pior Presidente que conheci no meu País cessa funções. Valeram alguns vetos, a dormida nas Selvagens e a decisão (eventualmente contrariado) de encontrar uma solução adequada à crise pós-eleições legislativas. Muito havia para fazer/dizer nestes dois mandatos que não foi feito/dito. E tanto, mas tanto que havia para não fazer/dizer e foi feito/dito de forma descabida.

A abstenção em Portugal é rídicula e envergonho-me de partilhar o país com pessoas que não querem saber do futuro do País. Quando em 10 candidatos não é a campanha que foi tão má assim. São as pessoas que são pura e simplesmente irresponsáveis. E nós, ao colo destes 51% temos o País que merecemos. Na parte negativa da expressão.



Luís Bernardo Valença

domingo, 17 de janeiro de 2016

Je Suis Charlie vs Je Suis Aylan

O Charlie Hebdo voltou a lançar a polémica. 


Aproveitando os casos de agressões sexuais disseminados por toda a Europa e ao que parece postos em prática por dezenas ou centenas de migrantes incluindo refugiados a publicação Charlie Hebdo recuperou o menino Aylan Kurdi e pergunta-se que tipo de pessoa ele teria sido se não tivesse morrido tragicamente durante a viagem feita com a sua família para encontrar um presente e um futuro melhores. 




Deve o Charlie Hebdo, publicação que já foi atacada por fundamentalistas religiosos publicar este tipo de sátira? Deveria o Charlie Hebdo ter a sensatez de não tocar em determinados assuntos? Quais são os limites do humor?

A minha opinião é simples. Nunca fui grande apreciador do humor do Charlie Hebdo. Consigo achar piada a algumas coisas que publicam e achei fantástico o cartoon "reconciliador" do Maomé dizendo que tudo estava perdoado. O Charlie Hebdo é mais do que uma publicação humorística, uma publicação com uma mensagem fortíssima. E mostrou-o nesse momento. Eu como editor do Charlie Hebdo provavelmente mudava muita coisa.

Mas não sou o editor do Charlie Hebdo.

E mais do que apreciar ou não o humor em causa, a questão que se deve colocar é: Qual a importância de o Charlie Hebdo continuar a fazer estas publicações?

É fundamental que se mantenha o direito de publicar qualquer tipo de humor. "A nossa liberdade termina onde começa a do outro." E em momento algum estes cartoons e este tipo de humor desrespeitam a liberdade dos outros. Assim sendo, o humor do Charlie Hebdo pode e deve existir. Pode também ser criticado ou elogiado. Ainda bem que assim é.

Por isso, eu digo que Je Suis Charlie e que Je Suis Aylan. E por incrível que pareça isso não é incompatível. Que continuem a existir crianças e publicações com mais ou menos piada. Que existam menos crianças em sofrimento e menos ataques terroristas. São realidades que cabem na sua totalidade no Mundo que eu desejo.


Luis Bernardo Valença

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Feliz 2016

Achei por bem em vez de um texto cheio de opiniões sobre um assunto mediático escrever um texto cheio de opiniões sobre alguns assuntos mais ou menos mediáticos e desta forma dar ao caro leitor as boas vindas ao novo ano.

2016 será certamente, pelo menos para Portugal, um ano marcado pela eleição do novo Presidente da República. Voltarei a esse assunto mais tarde certamente.

Ficou-me na memória uma reportagem em que jovens universitários exibem com orgulho a sua ignorância sobre a temática da política. Por um lado custa-me a acreditar que sejam feitas tantas reportagens deste género e apareça sempre independentemente do número de inquiridos apenas um jovem que tem umas noções de política. Todos os restantes jovens universitários "escolhidos aleatoriamente" são nas várias reportagens orgulhosos desconhecedores dos nomes da política nacional, das ideologias políticas de cada partido e provavelmente até do que é um orçamento de Estado. Não gosto de explicar piadas, mas visto que não sei quem lê este blog, sublinhe-se a ironia do que acabei de escrever.

Não duvido que existem imensos estudantes universitários que sabem imenso de política. Sabem até mais do que eu que me atrevo a discorrer sobre o tema num blog, mas apesar de crer que os ignorantes (seja por limitação ou por opção) são uma minoria, tenho a noção que eles realmente existem. No meio universitário, nos hospitais, nas obras, nos tribunais, no talho... E em qualquer lugar é mau que as pessoas não queiram saber do poder que os governa.

Mas estranhamente ninguém parece muito interessado em esclarecer os ignorantes. Apenas alguns interessados em apontar. Escolhendo amostras "aleatoriamente". Talvez haja alguém que ganha com isto perpetuando-se a si e aos seus no poder. Mas em Portugal custa-me a crer que alguém se perpetue no poder ou em funções de grande influência. Note-se como utilizei a ironia novamente.

Deixo ainda uma questão, se eu disser que o candidato A ou B é um candidato jeitoso para Presidente da República, é considerado piropo?

Termino finalmente com votos de um feliz 2016. Não votos de que 2016 seja responsável por fazer de si, caro leitor, feliz. Mas que você caro leitor seja responsável por fazer de 2016 um ano feliz. Para si, e para os que o rodeiam.


Luis Bernardo Valença

domingo, 22 de novembro de 2015

Chega-te a paz do teu quintal?

Adiei esta crónica pois pensava escrever novamente sobre a situação do país. Afinal a situação Mundial mudou dramaticamente e por isso, optei por abordar a temática do terrorismo.

E começo precisamente por lançar uma crítica à minha própria expressão. Será que a situação Mundial mudou dramaticamente? Ou mudou apenas ligeiramente junto ao nosso umbigo e nós é que estamos a dramatizar?

Provavelmente um pouco de ambos.

A nossa sociedade actual é extremamente egoísta.

Não só individualmente como tantas vezes apregoamos nas redes sociais. Também o é enquanto sociedade.

Existem problemas dramáticos um pouco por todo o Mundo. Fome em África, Guerra no Médio Oriente, Trabalho Infantil na Ásia, Atentados ao Património Natural na América do Sul... E o pior é que estes problemas nem sequer são tão localizados como esta frase o faz parecer.

No entanto, a nossa sociedade muito centrada na relação bicéfala América do Norte/Europa limita-se a atirar pontualmente umas migalhas para resolver esse problema e se sentir moralmente confortável, depois seguimos viagem no nosso automóvel, com peças construídas por crianças, movido a um combustível explorado à custa de vidas humas e poluindo um pouco mais o ar que é suposto ser de todos.

Pois bem, esta semana essa falta de consciência bateu-nos à porta.

Longe de mim apoiar a causa do Daesh. Mas somos culpados pelo crescimento do Daesh. Culpados pelo financiamento, apoio e recursos que eles conseguiram directa ou indirectamente dos nossos governos. Somos culpados pela forma como criamos uma causa para o Daesh defender sem parecerem apenas um bando de fanáticos sem escrupúlos. E somos culpados porque sempre que uma pessoa passa por dificuldades, na Europa, em África ou em qualquer outra parte do Mundo, essa pessoa é muito mais passível de ser recrutada por grupos extremistas.

Enquanto na nossa cabeça, na nossa opinião, na nossa moral e no nosso mural, 130 mortes em França continuarem a ser mais importantes do que milhares de mortes na Síria, no Líbano, na Nigéria, no Quénia, na Líbia, na Somália, no Sudão, no Sudão do Sul, no México, na Colômbia, na Indía, no Tibete ou em qualquer parte do Mundo vamos continuar a ser parcialmente culpados pelos atentados terroristas em solo Europeu.

Que as nossas intenções estejam com a Paz Mundial e não com a Paz no Nosso Quintal, porque enquanto nos contentarmos com a segunda não seremos dignos de nenhuma das duas.


Luis Bernardo Valença

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Quem é o legítimo "herdeiro"?

O objectivo desta primeira crónica passava por uma mera apresentação do blog e da minha personagem.

No entanto, é impossível deixar de abordar o tema do momento.

Quem é o legítimo "herdeiro"?
Pedro Passos Coelho e a primeira dama Paulo Portas? Ou António Costa e as primeiras damas Catarina Martins e Jerónimo de Sousa?
Vejo o Parlamento como um orgão representativo e eleito democraticamente.  Como tal este orgão deve representar a maioria dos portugueses, bem como respeitar a vontade popular. 
Posso discutir os moldes actuais de eleição dos deputados da Assembleia da República, do qual pessoalmente discordo, mas não o farei nesta crónica. Postas as regras actuais a representação que temos é a que o Povo português quis e aquela com que se sente representado. 107 deputados da PaF. 86 deputados do PS. 19 deputados do BE. 17 deputados da CDU e 1 deputado do PAN. São estes os números.

A PaF vence enquanto maior força partidária, a esquerda tem a maior representação.

Como pode ser formado um Governo nestas condições?
De muitas formas. E todas elas com vantagens e desvantagens.

É possível e permitido ter um governo minoritário liderado pela PaF. Neste caso o Primeiro Ministro seria Pedro Passos Coelho e a governação teria de ser feita mais à direita ou mais à esquerda dependendo dos casos e da tolerância da oposição.

É possível e permitido ter um governo de coligação entre a PaF e o PS, entre a PaF e o BE e entre a PaF e a CDU. Os dois últimos não são considerados seriamente devido às conhecidas divergências ideológicas de BE e CDU com os partidos mais à direita do espectro político, neste caso o PSD e o PP. A coligação entre PaF e PS foi a grande aposta da PaF para conseguir a estabilidade pretendida para governar.

É possível e permitido ter um governo à esquerda entre PS, BE e CDU. E nestas circunstâncias excepcionalmente o Primeiro Ministro não sairá do partido mais votado nas eleições. Não é inédito na Europa. É inédito em Portugal. 
Nota: Não incluí em nenhuma das opções o PAN por não fazer diferença matemática. Não quero com isto desvalorizar o deputado que o PAN conseguiu eleger.

Agora as questões que se colocam são:

Qual das 3 opções referidas é a melhor?

Qual das 3 opções referidas é a melhor para Portugal?
E sobre a primeira a minha opinião é clara. A governação não tem de ser maioritária. A governação deve ser entregue ao partido mais votado para governar segundo as ideias que reúnem maior consenso na Assembleia da República. Em Portugal isto representaria um Governo liderado por Pedro Passos Coelho com traços mais à esquerda do que o programado. Do outro lado, o PS, o BE, a CDU e o PAN seriam responsáveis por fazer oposição construtiva. Aprovando (com votos a favor ou abstenção) as medidas que considerem toleráveis. E rejeitando com voto contra as medidas que pensem ser completamente desadequadas.

A segunda pergunta é mais complicada e é provavelmente a chave para esta situação. Em Portugal. Em Portugal fazer oposição, seja quem for que a faz, é tipicamente destruição e raramente construção. Quando assim é, as maiorias tornam-se um refúgio. Os acordos, arranjos, compadrios e favores assumem uma importância fundamental. E aqui entra um dado fundamental. A Assembleia da República é uma representação do Povo, ou de quem tem mais deputados? É que a segunda hipótese deixa no ar a ideia que os deputados podem fazer o que querem em prol dos interesses do seu "clube". E esse é o perigo. 

Senhores deputados da PaF, do PS, do BE, da CDU e do PAN, se querem simplesmente dizer e fazer tudo o que vos apetece e convém, esqueçam a Assembleia da República. Sigam o nosso exemplo. Criem um blog.
Luis Bernardo Valença

Apresentação - Liliano Caneças

Liliano Caneças, um jovem adulto de baixa estatura com um rosto a fugir para o feio, ainda assim não deixa de ter um penteado bastante aperaltado. Rabugento e rezingão, como uma mulher com TPM, tem sempre uma opinião a dar sobre qualquer tema, como uma mulher com e sem TPM. Por vezes torna-se um filósofo que vagueia pelos mais profundos temas, como o porquê de o homem ter mamilos ou o que farão as pessoas com o tempo livre que poupam a escrever 'k' em vez de 'que.

Como qualquer jovem com óculos, foi vitima de bullying e isso o tornou num impiedoso cronista, sem papas na língua para falar mal de qualquer gandulo que, no recreio, rouba o lanche aos mais frágeis, como faz o governo com os velhinhos.


Capaz de criar as mais absurdas teorias, Luciano, vive por vezes num mundo paralelo ficcionado pelo irracional pensamento sem sentido. Com ideologias comunistas, a única direita que gosta é a sua pequena mão. Devoto às artes, é da opinião que as músicas da Katy Perry têm tanto de arte como a ditadura chinesa de comunismo, ainda assim sabe que tudo se vende com o rótulo que se quer para as grandes massas, basta o dinheiro querer.